Jovem do DF se prepara para 3ª cirurgia após síndrome rara que causa necrose na região genital

  • 17/07/2025
(Foto: Reprodução)
Renato de Sá descobriu que estava com Síndrome de Fournier, durante férias com a família, em Brasília Arquivo pessoal O que parecia ser um leve desconforto nas partes baixas deixou o brasiliense Renato de Sá, de 30 anos, entre a vida e a morte em janeiro deste ano. Em plena viagem de férias, voltando ao Brasil após uma temporada no exterior, Renato foi diagnosticado com uma doença rara: a Síndrome de Fournier, infecção bacteriana que acomete a região genital e causa a morte (gangrena) dos tecidos da área (saiba mais abaixo). ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Ele conta que o desconforto começou no dia 21 de janeiro – mas começou a piorar rapidamente. Ele chegou a ir em unidades de pronto-atendimento (UPAs) e recebeu orientações de medicação, mas a síndrome ainda não tinha sido identificada. "Foi horrível. A dor foi só aumentando. Não conseguia mais sentar direito, só ficar deitado. Eu estava em Goiânia e fui em uma UPA de lá. E eles só passaram remédio para dor na veia. Aí eu voltei para Brasília, e fui direito para o Hospital de Base. Lá eu já cheguei chorando de dor, de cadeira de rodas", conta Renato. Menos de uma semana depois do primeiro sintoma, no dia 27, a infecção já havia se alastrado – e as dores tinham se tornado insuportáveis. No Hospital de Base, Renato recebeu o diagnóstico que mudaria tudo em sua vida. "Eles falaram que eu estava essa infecção bacteriana, chamada Síndrome de Fournier. Eu só queria que a dor passasse. Fiquei muito assustado com tudo. Não estava entendendo o que estava acontecendo comigo. E com a dor eu acho que desassociei um pouco, porque só lembro de entrar gritando na sala de cirurgia e pedir pelo amor de Deus para fazerem aquela dor parar. Foi quando me sedaram", relembra. "A primeira cirurgia, que eu só tinha 5% de chance, foi só para salvar a minha vida. A segunda cirurgia foi quando eles tiraram toda a pele necrosada pela bactéria e colocaram uma bolsinha de colostomia em mim. A partir daí, eu fiquei quatro dias na morfina para aguentar a dor, sem conseguir andar, ir ao banheiro, tomar banho. As enfermeiras me davam banho na maca e eu urinava pela sonda. Foram os 18 dias no hospital", lembra. Renato de Sá abraça a enfermeira após de receber alta, depois de 18 dias internado, no Hospital de Base de Brasília Arquivo pessoal De acordo com Renato, foi possível combater a bactéria que tinha causado a infecção. "Eu consegui voltar a andar aos poucos, fui para casa. Depois de alguns meses, a pele retirada se regenerou, e hoje eu estou bem, estou saudável, recuperado. Agora estou esperando conseguir fazer a reconstrução". Vaquinha e retirada da colostomia Passados seis meses do susto, Renato de Sá está recuperado, mas ainda convive com a bolsa de colostomia porque precisa de uma terceira cirurgia: a de reconstrução do trânsito do trato intestinal. O procedimento está disponível na rede pública, mas a fila de espera é grande. Segundo ele, a estimativa oficial é de uma demora de até três anos. "Estou há 53 dias na fila e minha posição foi de 145 para 134", relatou ao g1. No hospital particular, não há fila – mas o custo do procedimento é alto em razão da complexidade. "Tem chance de precisar de internação em UTI, bolsa de sangue, mais materiais, caso ocorra algum imprevisto. Então, o gasto inicial é de R$ 35 mil", explicou. No começo da semana, Renato e familiares criaram uma campanha para arrecadar doações e cobrir parte desses custos. O que eles não esperavam é que a meta de R$ 35 mil seria batida em menos de um dia. "Em menos de 15 horas, a gente bateu [a meta], foi bem impressionante. Eu não conseguia parar de chorar, porque na minha cabeça essa cirurgia ia demorar dois anos. E vou poder fazer mês que vem", comemorou em um vídeo nas redes sociais. "Estou sorrindo para as paredes. Foram mais de 600 mensagens, foram 320 transferências", enumerou. A data da cirurgia ainda deve ser marcada. O que é Síndrome de Fournier? A Síndrome de Fournier é uma infecção rara e grave que atinge a região genital e acomete especialmente os homens. É uma doença causada por bactérias que penetram os tecidos moles do períneo (região entre o pênis e o ânus), provocando necrose (morte) desses tecidos. Por esse motivo, a doença também é conhecida como gangrena sinérgica, gangrena de Fournier ou fascite necrosante perineal. Os principais sintomas da Síndrome de Fournier incluem: Dor súbita e intensa na região genital; Vermelhidão, inchaço e sensibilidade na pele; Febre; Calafrios; Náuseas e vômitos; Mau cheiro local; Saída de pus pela pele; Queda do estado geral de saúde do paciente. As principais causas de contaminação são: Traumas na região; Pacientes portadores de diabetes mellitus; Pacientes imunossuprimidos; Falta de higiene íntima; Infecção urinária; Picada de inseto na região; Presença de sondas urinárias na bexiga. O diagnóstico da Síndrome de Fournier é feito por meio de exame físico/clínico e complementado por exames laboratoriais, como exames de sangue e culturas de tecido (realizado com uma amostra para detectar a presença de bactérias), além de exames de imagem como ultrassom, tomografia ou ressonância. A Síndrome de Fournier tem cura, mas o tratamento deve ser iniciado quanto antes para evitar complicações graves, como infecção generalizada (também chamada de sepse). O tratamento é feito utilizando antibióticos, cirurgia e cuidados intensivos. A cirurgia é necessária para remover todo o tecido necrosado e prevenir a propagação da infecção – em geral, a retirada é bem ampla e agressiva. Já os antibióticos são ministrados via oral ou intravenosa, a depender do grau de comprometimento da saúde do paciente. LEIA TAMBÉM: ENTENDA: Criminalidade cai nas distribuidoras de bebidas; GDF atribui queda à medida que limita horário de funcionamento VÍDEOS E FOTOS: Combatentes brasileiros voltaram da 2ª Guerra Mundial há 80 anos; saiba como foi a participação no conflito Veja também: Diagnóstico correto é o principal desafio para quem tem doença rara Treze milhões de pessoas no Brasil vivem com alguma doença rara Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2025/07/17/jovem-do-df-se-prepara-para-3a-cirurgia-apos-sindrome-rara-que-causa-necrose-na-regiao-genital.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

No momento todos os nossos apresentadores estão offline, tente novamente mais tarde, obrigado!

Top 10

top1
1. Raridade

Anderson Freire

top2
2. Advogado Fiel

Bruna Karla

top3
3. Casa do pai

Aline Barros

top4
4. Acalma o meu coração

Anderson Freire

top5
5. Ressuscita-me

Aline Barros

top6
6.

top7
7.

top8
8.

top9
9.

top10
10.


Anunciantes